sexta-feira, 10 de outubro de 2025

Uso de I.A. no "golpe da oração" leva 35 pessoas à prisão em Nilópolis



A Polícia Civil prendeu 35 pessoas em Nilópolis, na Baixada Fluminense, nesta quarta-feira (8), suspeitas de integrar uma quadrilha que aplicava o chamado “Golpe da Oração”. Segundo as investigações, o grupo operava uma central de teleatendimento que oferecia orações personalizadas em troca de dinheiro, utilizando um aplicativo de Inteligência Artificial (IA) para criar os textos religiosos.

A delegada Isabele Conti, titular da Delegacia de Nilópolis e responsável pelo caso, informou que o esquema funcionava há pelo menos dois anos. "Análises das documentações apreendidas no escritório apontam que esse grupo recebeu cerca de R$ 3 milhões em apenas um ano de atendimento", afirmou.




Como o Golpe Funcionava

O esquema atraía as vítimas por meio de redes sociais, onde um pastor, apontado como líder da quadrilha, fazia postagens incentivando o contato. Em seguida, a central ligava para os fiéis, alegando que estavam sendo procurados por um “milagre” ou “revelação divina”.

Durante o atendimento, as atendentes perguntavam sobre os problemas das vítimas — como doenças, dificuldades financeiras ou familiares — e solicitavam ao aplicativo de IA que gerasse uma oração específica para aquela situação. O texto gerado era lido para a vítima, que não sabia da produção artificial. O serviço era cobrado, em média, R$ 50 por oração.

No escritório da central, os agentes encontraram uma tabela com os preços das orações. Os suspeitos presos responderão por estelionato e associação criminosa.


Apelo às Vítimas

A Polícia Civil faz um apelo para que as vítimas do golpe procurem a Delegacia de Nilópolis para registrar ocorrência. O crime de estelionato exige a representação formal da vítima para que a investigação possa ter andamento.

O advogado responsável pela central de atendimento foi procurado pela reportagem, mas optou por não se pronunciar.

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