Jorge Luiz da Silva, de 38 anos, morreu no domingo (3) após ser atingido por uma linha chilena no pescoço enquanto pilotava sua moto na Via Light, em Nilópolis, na Baixada Fluminense. O pintor foi sepultado nesta segunda-feira (4), no Cemitério Municipal de Nova Iguaçu, sob forte comoção de familiares e amigos.
A esposa da vítima, Jaqueline Pereira dos Santos, que estava na garupa da moto no momento do acidente, relatou o drama vivido:
— A gente estava vindo do futebol quando ele entrou na Via Light e a linha pegou no pescoço dele. O Jorge era uma pessoa boa, amada. Era um paizão, sonhava em ver o filho na carreira do futebol. Vai deixar muita saudade. A linha chilena deveria ser proibida, e quem vende também deveria ser preso. Quero pedir por justiça.
O casal voltava de um campeonato de futebol do filho de 8 anos, que presenciou o episódio. Amigos do casal estavam logo atrás e prestaram os primeiros socorros. Jorge perdeu muito sangue antes da chegada do socorro médico. Para preservar a criança, Jaqueline e o menino foram retirados da cena.
Ex-treinador do filho da vítima, Antônio Oscar destacou o envolvimento de Jorge com a família:
— Era um pai muito presente. Estava feliz porque o menino estava indo para uma escolinha do Vasco. Ele era 100% família. Já soltei muita pipa, mas não existia essa linha assassina. A linha chilena virou um crime.
Morador de Cabuçu, em Nova Iguaçu, Jorge deixa três filhos. Nas redes sociais, amigos e parentes manifestaram revolta e exigiram punição para os responsáveis.
A linha chilena, proibida por lei no estado do Rio, é considerada ainda mais perigosa que o cerol. A venda, o uso e a posse do material podem resultar em pena de três meses a um ano de prisão. O caso está sendo investigado pela 53ª DP (Mesquita).