Nilópolis deu um importante passo no reconhecimento de sua maior expressão cultural: a Escola de Samba Beija-Flor. Em sessão solene realizada nesta segunda-feira (07/07) na Câmara Municipal, o prefeito Abraãozinho Davi (PL) sancionou três leis que compõem o chamado “Pacote Beija-Flor de Nilópolis”, idealizado pelo vereador Flávio Vergueiro (Republicanos). A proposta foi aprovada por unanimidade no Legislativo municipal e será publicada no Diário Oficial de sexta-feira (11/07).
Entre as medidas está a inclusão do pássaro beija-flor entre os símbolos oficiais de Nilópolis, ao lado da bandeira, do hino e do brasão. A escola também foi reconhecida como patrimônio cultural e imaterial do município. Além disso, a Rua Pracinha Wallace Paes Leme, onde estão localizadas as sedes da agremiação, será oficialmente rebatizada como Avenida Beija-Flor de Nilópolis.
“Sempre dissemos que a Beija-Flor não é apenas uma escola de samba, é uma escola de vida. Estamos fazendo uma reparação histórica com esse ato”, afirmou o prefeito, emocionado, ao lado de familiares, incluindo uma homenagem ao tio Anísio Abraão David, um dos principais nomes ligados à escola.
Representatividade e emoção no plenário
O plenário estava tomado por integrantes da agremiação, incluindo representantes da Velha Guarda, Ala de Passistas, Baianas, a rainha de bateria Lorena Raissa, e os novos intérpretes oficiais, Jéssica Martin e Cristiano Nunes (Nino).
Em discurso emocionado, o vereador Flávio Vergueiro comemorou a conquista ainda em seu primeiro mandato:
“É uma vitória para todos nós que crescemos admirando a Beija-Flor. A escola leva o nome de Nilópolis para o mundo inteiro. Fico muito feliz em ver essa homenagem se concretizar.”
Memória, história e resistência
A cerimônia também contou com um momento cultural. Atores da Secretaria Municipal de Cultura encenaram a trajetória da família Abraão David desde sua vinda do Líbano até a fundação da Beija-Flor, passando pela histórica Fazenda São Matheus e a formação do bairro.
O secretário de Cultura, Antônio Carlos Costa, destacou a importância da memória negra e da resistência cultural na região, lembrando o surgimento da escola em 1948, a partir do Bloco do Irineu, no terreno do Sr. Sena.
A presidente da Velha Guarda, Débora Rosa Costa, foi homenageada com uma placa e, representando o presidente da escola, Almir Reis, a primeira porta-bandeira Selminha Sorriso discursou com firmeza:
“O samba é resistência, é história, é fé e é sonho do nosso povo preto. Ainda falta muito para alcançarmos a verdadeira reparação social, mas o caminho passa pela educação. E o samba é essa vitrine”, destacou.
Selminha também é presidente da recém-criada Escola Mirim Sonho do Beija-Flor, que fará sua estreia na Sapucaí em 2026 com foco em educação antirracista, cidadania e formação cultural.
Autoridades presentes
A solenidade contou com a presença de diversas autoridades, como o presidente da Câmara, Jorge Scalise, o vice-prefeito Alvinho, os deputados Ricardo Abrão (federal) e Rafael Nobre (estadual), além de representantes das secretarias de Cultura, Educação, Segurança e Transporte. Estiveram presentes também diretores de alas da escola, como Rodney Ferreira, Plínio de Moraes, Francisco de Assis, Damiana Nogueira e a icônica Soninha Capeta.
Publicações oficiais
As mudanças serão formalizadas por meio das seguintes leis:
Lei Ordinária nº 138/2025 – Reconhece a Beija-Flor como patrimônio cultural e imaterial de Nilópolis
Lei Ordinária nº 139/2025 – Altera o nome da Rua Pracinha Wallace Paes Leme para Avenida Beija-Flor de Nilópolis
Alteração da Lei Orgânica do Município – Inclui o beija-flor entre os símbolos oficiais da cidade
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