NILÓPOLIS - “O teatro me trouxe vida, me resgatou de mim mesma”. As palavras ditas com brilho no olhar vieram de Larissa Costa, de 25 anos, que prefere ser chamada de Serena. A aluna da Escola Municipal de Teatro Antônio José – O Judeu passou para Escola Técnica Estadual de Teatro Martins Pena recentemente.
Sua identificação com o teatro iniciou em 2015, quando seu professor de história, após uma apresentação, sugeriu que entrasse para o teatro. “Comecei a abraçar essa arte de uma forma que eu não tinha captado até ali”, disse a estudante de Produção Cultural.
Quando começou no teatro?
Comecei no teatro quando fiz uma apresentação na aula de história da arte. Ele virou para mim “nossa, você está apresentando muito bem”, e pediu para apresentar uma mitologia, em 2015. Aí entrei na secretaria de cultura, fiz um tempo de teatro e parei, sempre ficava nessa.
Quando você percebeu que o teatro é pra você?
Primeiro foi como que o teatro entrou na minha vida, eu estava em um processo de tristeza e depressão. Aí ele veio para me resgatar de mim mesma. Mostrou meu potencial, recuperei a minha autoestima. Comecei a abraçar essa arte de uma forma que eu não tinha captado até ali. E aí, quando eu descobri, percebi que o teatro estava em mim, o quanto era interessante entrar nos papéis, apresentar os personagens, o processo de construção. Eu quis me profissionalizar, procurar coisas para fazer meu trabalho melhor possível.
Como foi o processo seletivo para Martins Pena?
A Martins Pena é uma escola estadual. São três etapas, o sorteio, a dinâmica em grupo e a etapa da seleção individual. Apresentei o monólogo sobre Gota D’água. Um casal que se separa no século 19. São dois anos e meio de curso aprendendo preparação de voz, preparação de campo, leitura dramática, interpretação dramática, entre outras coisas.
O que a Escola Municipal de Teatro Antônio José – O Judeu agregou na sua vida?
A escola me trouxe tudo. Me trouxe vida, primeiramente, porque me resgatou de mim mesma. Me trouxe sonhos que também eram coisas que eu não tinha. Quando vi tudo que eu conseguia fazer aqui no teatro, dar meu corpo para um personagem, nossa, foi incrível. Isso eu não teria conseguido se os professores não tivessem pedido mais e mais da gente. Eu estou sempre tentando quebrar meus limites. Onde é o meu limite? Então essa escola me mostrou que as barreiras não existem, você pode ir muito além. Ela me abriu os olhos de uma forma que eu não conseguiria se eu não passasse por aqui.
Como você se vê no futuro?
Quando eu me inscrevi para a Martins, falei ‘universo, se você quiser, vai”, e aí quando aconteceu tudo, a ficha não caiu. Vou ter uma profissionalização super maravilhosa. Me vejo daqui alguns anos como dubladora. Entrei no teatro com o pensamento de ser dubladora porque gosto muito da dublagem, mas também não me vejo fora dos palcos. Quero rodar o Brasil, quem sabe a América Latina. Me vejo uma artista.
Escola Municipal de Teatro Antônio José – O Judeu
A Escola Municipal existe há 12 anos. Atualmente ela está localizada na Usina de Cultura Jornalista Tim Lopes. São 300 alunos matriculados, divididos em dez turmas. A faixa etária é a partir de sete anos. A Secretaria de Cultura abrirá as inscrições entre novembro e dezembro.
O diretor e professor de teatro Thiago Cardoso destacou que a intenção é dar o registro profissional futuramente. “A gente tem feito um trabalho de profissionalização. Os cursos são voltados para construção dos personagens, temos todo um processo pedagógico. A gente tem investido muito na parte pedagógica. O nosso objetivo é o compromisso social, mas também compromisso de formação do artista. professor e diretor”.
A Usina de Cultura Jornalista Tim Lopes está localizada na rua Eliseu de Alvarenga, nº 384.
Via: PMN
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