quarta-feira, 1 de abril de 2020

Nilópolis proíbem serviços de mototaxistas para conter avanço do coronavírus

Serviço de mototaxista está proibido em três municípios da Baixada Fluminense 
Foto: Marcelo Theobald / Agência O Globo

NILÓPOLIS - Três municípios da Baixada Fluminense, onde há pelo menos 18 casos de coronavírus confirmados, proibiram que mototaxistas realizem o serviço de transporte de passageiros para evitar a disseminação da doença. A medida está vigorando em Nova Iguaçu e Nilópolis, cidades em que as respectivas prefeituras publicaram decreto municipal, anunciando a nova medida. Já em São João de Meriti, a proibição deve começar a valer assim que a determinação for publicada no Diário Oficial, o que deve ocorrer ainda esta semana.

No município do Rio de Janeiro, que sozinho registra mais de 580 casos da Covid-19 e concentra um grandes comunidades onde o serviço é mais utilizado, ainda não há restrição para mototáxi.

Nos decretos, os municípios deixam claro que o contato físico entre os ocupantes da moto e o uso compartilhado de capacetes podem facilitar a transmissão do coronavírus. O mototaxista que for flagrado trabalhando após a proibição poderá ser advertido ou multado.

Nesta terça-feira, apesar da restrição imposta pela prefeitura, X., de 34 anos, ainda estava em um ponto de mototáxi aguardando passageiros no Bairro da Posse, em Nova Iguaçu.

— Tenho mulher e três filhos para criar. Sei da proibição, mas continuo porque tenho família para sustentar. Antes do decreto, chegava a ganhar, em dias bons, cerca de R$150. Agora, para tirar uns R$40 é muito difícil — disse o rapaz preferindo não se identificar.

Para continuar a trabalhar, alguns mototaxistas migraram para o serviço de entregas. Maicon Almeida, de 26 anos, foi um dos primeiros a exercer a nova função.

— Eu migrei para a entrega há uns sete meses, bem antes da proibição. Mas, há colegas que vieram depois disso. O problema agora, é que com menos gente na rua, os pedidos também diminuíram um pouco. Pelo menos aqui, a gente ainda tem uma renda — disse.

Os decretos que proibiram o transporte também fizeram restrições ao serviço oferecido por taxistas em Nova Iguaçu e Nilópolis. Nos dois casos, os veículos só podem transportar, além do motorista, o número máximo de dois passageiros. As janelas devem estar abertas e o ar-condicionado desligado.

Corridas para o município do Rio, onde há maior incidência da doença, também foram proibidas. As medidas que foram publicadas, na semana passada, vão durar em Nilópolis e em Nova Iguaçu, enquanto estiver valendo o decreto estadual, baixado pelo governador Wilson Witzel, que restringiu a circulação de linhas intermunicipais no Rio.

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